O Mineiros Esporte Clube (MEC) passa por dezenas de problemas neste primeiro semestre de 2014. O primeiro dos percalços (que gerou vários outros) foi a interdição do Estádio Odilon Flores, após uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público de Goiás, por conta de inúmeros problemas de segurança constatados em sua estrutura (clique e relembre).

Como muitos de Mineiros sabem, a situação financeira do clube é um grande problema crônico. Sem recursos para as reformas necessárias no estádio, os dirigentes do mecão não tiveram outra alternativa senão recorrer ao poder público para tentar sanar os problemas encontrados no Odilon Flores. Porém, do poder executivo municipal não receberam a resposta positiva que esperavam. Na iniciativa privada também não foram encontradas soluções viáveis naquele momento, praticamente às vésperas da disputa da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano de 2014.

Foi então, que num ato desesperado (sem vislumbrar uma ‘luz no fim do túnel’) a direção do MEC enviou um documento à Federação Goiana de Futebol (FGF) solicitando a dispensa do clube na disputa da competição (clique e relembre).

A dispensa da segundona não seria tão simples, como muitos imaginam. O MEC estaria fadado a ficar três anos fora deste campeonato e iria ser penalizado pela FGF em R$ 80 mil de multa.

Mesmo assim, a saída para a disputa da Divisão de Acesso acabou surgindo ainda nesta semana, como esclareceu à Rádio Eldorado, o superintendente do MEC, Ernani Ioris, e o diretor patrimonial do clube, Hélio Arantes

"Um empresário de Goiânia, ao saber que não iriamos participar, nos propôs uma parceria. Evidentemente que nós olhamos estas possibilidades, analisamos e achamos por bem [fechar a parceria], entre os males o menor, ao invés de ficarmos sem participar, sendo punidos por mais de três anos sem poder disputar [a segundona], com multas (...) Caso isso ocorresse, eu acho que o Mineiros estaria fadado à encerrar suas atividades", disse Ernani Ioris.

Hélio Arantes ressaltou que ainda tinha esperança e agradeceu àqueles que apoiaram e estão juntos com o MEC neste momento de dificuldades.

"Havíamos 'perdido a luta, mas não a guerra'... É como falei em entrevista anterior, que dificilmente um time da cidade, do interior, conseguiria trabalhar com profissional sem ajuda do poder público... É difícil! Até aquele momento não tínhamos apoio, mas após a entrevista [na Rádio Eldorado e demais veículos de comunicação], surgiu o apoio do Sávio, que mora em Goiânia; tivemos apoio do Maguito Vilela, do senhor Mário Vilela [secretário de Maguito]. Através do vereador Ernesto vilela, juntamente com seu primo Daniel Vilela, que se resolveu parte do problema. Eles conversaram com Maguito e conseguiram o estádio da Aparecidense para nós disputarmos", afirmou o diretor patrimonial.

Nas contas de Arantes, o mando de jogo em Aparecida de Goiânia irá possibilitar uma solução futura para o estádio mineirense. Segundo ele, a reforma do Estádio Odilon Flores está avaliada em R$ 60 mil. Disputando a Divisão de Acesso em Aparecida, a direção do MEC espera economizar os R$ 80 mil em multa que teriam que ser pagos, obrigatoriamente, à FGF. Para o diretor patrimonial, independentemente do time cair ou não para a Terceira Divisão, a participação na segundona garantirá uma economia aos cofres do MEC, propiciando uma possível reforma no Odilon Flores futuramente.

O presidente do mecão, Gilson Martins, estava em Goiânia nos últimos dias desta semana fechando contratos com jogadores e aparando as últimas arestas para a parceria com a iniciativa privada.

Portanto, aos torcedores mineirenses o que resta agora é apenas torcer para que tudo se encaminhe da melhor forma e torcer para a equipe que venha a surgir, mesmo que seja a distância, a aproximadamente 438 quilômetros de Mineiros.

Ouça abaixo a entrevista completa com Ernani Ioris: